Fundado em 1936, o RANCHO REGIONAL DE GULPILHARES é, sem dúvida, um notável embaixador do folclore da região a que pertence.
Criado para recolher, preservar e difundir a tradição popular herdada dos seus maiores tem procurado, desde o início, manter-se fiel ao ideal que norteou os seus fundadores - a autenticidade das recolhas e a seriedade do espetáculo exibido. E aí reside, talvez, um dos aspetos mais apreciáveis do valioso trabalho desenvolvido por este Grupo ao longo de tantos anos.
Oriundos de uma freguesia onde predominavam os trabalhos agrícolas, os componentes do RANCHO REGIONAL DE GULPILHARES vestem dois trajos bem distintos: o de festa, reservado para actos solenes e de folgança, e o de trabalho, destinado às tarefas diárias.
Alguns elementos procuram, também, recriar figuras do passado, que desapareceram ou estão em vias de desaparecer. É o caso da mulher que coze o pão, da leiteira, do podador, da romeira, do moleiro, do feirante, do carreteiro, do moço da soga; trajo de ir à missa, rico e menos rico: com capa pelas costas e com saia, respetivamente; a mulher que vendia as galinhas, a farrapeira, etc. O homem do varino e da palhoça são, já hoje, também, uma saudosa recordação. A tocata arranca as suas velhas melodias de instrumentos característicos do tempo e da região: ferrinhos, violas, violões, cavaquinhos, concertinas, tambor e reco-reco.
As danças são numerosas e algumas bem conhecidas. A famosa “Rusga ao Senhor da Pedra”, o “Malhão” de Gulpilhares - que tem corrido o mundo - os “Viras”, as “Pastorinhas”, o “Velho”, a “Cana Verde Vareira”, a “Ciranda”, o “Furta ou Pai do Ladrão”, e a maravilhosa “Tirana”, um regalo de ritmo e de coreografia. Detentor de um palmarés verdadeiramente invejável, constantemente solicitado para festivais em Portugal e no estrangeiro, o Rancho Regional de Gulpilhares saberá, por certo, corresponder sempre à expectativa criada.
São incontáveis as atuações realizadas em Portugal ao longo dos seus mais de oitenta anos de atividade. No estrangeiro arrola as seguintes deslocações: Espanha (14); França (22); Bélgica (4); Itália (5); Grã Bretanha (1); Grécia (5); Jugoslávia (3); Bulgária (1); Holanda (1); Áustria (1); Israel (2); Alemanha (2); Polónia (1); Checoslováquia (1); Hungria (1); Dinamarca (1); Brasil (1), exibindo com natural orgulho um numeroso conjunto de distinções de grande prestígio.
Entre elas, medalhas e outras distinções das cidades de Toulouse (França); Nice (França); Tulle (França); Oviedo (Espanha); Shoten (Bélgica); Billigham (Grã Bretanha); Karditsa (Grécia); Pau (França); Orleães (França); Borg Saint Maurice (França); Besançon (França); Remiremont (França); Blanzy (França); Gent (Bélgica); Tel Aviv (Israel); Zvolen (Checoslováquia); Sauviac (França); Veszprém (Hungria); Aramon (França); Avilés (Espanha); Haifa (Israel); Langarone (Itália); Hania-Creta (Grécia); Copenhaga (Dinamarca); Colar de bronze do Festival Internacional de Dijon (França); Salva de bronze do Festival Internacional de Lefkas (Grécia); Busto histórico da Cidade de Trogir (Jugoslávia) e muitas outras. Na sua já longa idade os desafios do Rancho Regional de Gulpilhares são muitos e as dificuldades de vária ordem, mas a ambição, o querer e entusiasmo são os mesmos para que o Rancho Regional de Gulpilhares continue a perseguir os fins para que foi constituído ainda e sempre conforme exarado na primeira Ata, com as responsabilidades acrescidas pela defesa de um património material e imaterial notáveis e sempre “PELA NOSSA TERRA”.
De forma sumária, apresentamos alguns dos episódios mais marcantes da vida do grupo.
A sua criação e posterior fundação no mês de dezembro do ano de 1936, é um dos mais importantes momentos do grupo, pois foi o primeiro passo da longa caminhada de mais de 80 anos.
Logo em 1958 o grupo é convidado a participar no filme “A Costureirinha da Sé”, momento ainda hoje marcante na história do grupo.
O primeiro festival organizado pelo grupo “1º Festival Nacional de Folclore” em 1962, dá início a uma sequência de eventos, que decorrem até aos nossos dias. Em 1963, realiza-se o “2º Festival Folclórico e Etnográfico de Gulpilhares e 1º Galaico-Português”, que tem a particularidade de ser o primeiro Ibérico, realizando-se no ano seguinte, o “3º Festival Folclórico e Etnográfico Internacional de Gulpilhares”. Durante estes eventos foram realizados paralelamente, desfiles de trajes tradicionais de Vila Nova de Gaia, com a participação da esmagadora maioria das freguesias gaienses.
É em 1979 na realização do 15º Festival Internacional de Folclore de Gulpilhares, que a dimensão do mesmo dentro do concelho passa a ser maior, pois a partir desta data o festival é também de Vila Nova de Gaia, tendo então a denominação de “15º Festival Internacional de Folclore de Gulpilhares e 1º de Vila Nova de Gaia”.
No ano de 2017, dá-se uma nova alteração na denominação do festival, passando neste ano a chamar-se, “GAIA FOLK - Festival Internacional de Folclore de Gulpilhares – 53ª edição”.
Não foram realizados festivais nos anos de 1966, 1970 e 1975, tendo a partir de 1976 sido realizado ininterruptamente até 2019.
Em 1966 dá-se a primeira aparição do RANCHO REGIONAL DE GULPILHARES, diante das câmaras da televisão Francesa, voltando a apresentar-se em vários canais internacionais, na Bélgica, Suíça, França, Inglaterra e Jugoslávia, para além de várias aparições na televisão Portuguesa.
O RANCHO REGIONAL DE GULPILHARES é detentor de medalhas e troféus de várias cidades europeias, atribuída pelo mérito do seu desempenho e representação, são elas:
1966 – Medalha e Diploma da cidade de Toulouse, França;
1967 – Medalha da cidade de Nice, França;
1969 – Medalha da cidade de Pau, e Medalha da cidade de Orléans, França;
1970 – Medalha da cidade de Tulle, França;
1971 – Medalha da cidade de Oviedo, Espanha e Prato e Medalha da cidade de Schoten, Bélgica;
1972 – Medalha da cidade de Billingham, Inglaterra;
1973 – Placa da cidade de Illioupolis, Grécia;
1974 – Medalha e Diploma da cidade de Karditsa, Grécia;
1979 – Medalha da cidade de Bourg Saint Maurice, França;
1980 – Medalha das cidades de Besançon e Remiremont, França e Taça da Câmara Municipal de Blanzy, França;
1981 – Escudo da cidade de Sas Van Gent, Holanda e Medalha da cidade de Gent, Bélgica;
Outros trofeus e distinções atribuídas:
1962 – Prato de prata do Círculo Industrial e Mercantil de Vigo;
1968 – Colar de Bronze do Festival Internacional de Dijon, França;
1970 – Troféu do jornal «La Scicília», no Festival Internacional de Agrigento, Sicília, Itália;
1973 – Salva de Bronze do Festival Internacional de Lefkas, Grécia;
1974 – Busto da cidade de Trogir, Jugoslávia;
1976 – Diploma de Honra do Festival Internacional de Zagreb, Jugoslávia;
1978 – Prato e Medalha do Festival Internacional de Schoten, Bélgica;
1979 – Medalha do Festival internacional de Cori e Placa do Festival de Tarcento, Itália;
1980 – Taça do Festival de Blanzy, França;
Veja a partir do minuto 59 a participação do Rancho Regional de Gulpilhares